Neste dia 7 de Fevereiro, Dia Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Gráficas, reverenciamos todo o Legado de Lutas que deve servir para nossa Reflexão para este Momento de muitas incertezas em que estamos vivenciando;
Ao Comemorarmos o dia 7 de Fevereiro, Dia Nacional dos Trabalhadores Gráficos, não podemos nos distanciar do Legado de Lutas, de nossos Companheiros Gráficos, liderados por João da Costa Pimenta, e muitos outros, que enfrentaram todo tipo de dificuldades, para estabelecer as condições de obrigar o segmento Patronal ao Reconhecimento da UGT, para ser a legítima representante dos Profissionais Gráficos, que estabeleceu o seu Lema de Luta:
“ SE NECESSÁRIO COMEREMOS TERRA’’!
Durante muitos anos procuramos manter este legado de luta e pudemos exercer a nossa Representação Sindical, do qual procuramos ajudar a construir muitos direitos para os Companheiros Gráficos, principalmente com a participação efetiva de uma Ação Sindical, que buscava junto as Empresas Gráficas à adesão dos Trabalhadores para o fortalecimento dos Processos de Negociações Salariais e sempre contando com a presença massiva de nossos Companheiros Gráficos nas Assembleias que deliberavam sobre a nossa Convenção Coletiva de Trabalho, que movida por um trabalho de Base muito importante de nossos companheiros, obrigávamos os Patrões a concederem sempre os melhores Acordos, era uma parceria, fundamental para estabelecer as nossas conquistas, que em sua maioria perduram até hoje;
Mas, nos últimos anos com as alterações da Legislação Trabalhista, infelizmente sempre contrários aos interesses dos Trabalhadores, o cenário Político e Jurídico foi se alterando, e desta forma, temos que vivenciar atualmente a Flexibilização de nossos direitos pelas práticas do Processo de uma política implantada de Rotatividade de Mão de Obra que rebaixam os salários, desvalorizando cada vez a nossa Mão de Obra Profissional, dos Acordos Individuais, sem a participação dos Sindicatos, Trabalho em Tempo Parcial, Intermitente, Acordos por prazos determinado por Mão de Obra Temporária por longos períodos, Homologações das Rescisões dos Contratos de Trabalho sem a participação dos Sindicatos, Processo de Terceirização que impede que uma parte da nossa Categoria Gráfica tenham acesso aos direitos de nossas Convenções Coletivas de Trabalho, sem contar com uma Prática Ilegal de algumas Empresas Gráficas com a “Contratação de Biqueiros”, sem Registro em Carteiras, entre muitas outras situações que tem impactado os nossos direitos Convencionais, além do fantasma da Ultratividade que nos ameaça em todos os Processos de Negociações Coletivas de Trabalho;
Temos que considerar também o afastamento dos Companheiros Gráficos de nossos Sindicatos, em muitos casos não reconhecem a importância dos direitos conquistados, exercendo seu direito de oposição, que na prática poderá gerar enormes prejuízos a si mesmo, com o enfraquecimento da manutenção de nossas estruturas sindicais para continuar garantindo os seus direitos, sem falar das dificuldades que temos enfrentado para convencer os Trabalhadores a serem “Trabalhadores Sindicalizados”;
Diante deste cenário negativo, que estamos vivenciando neste momento é que temos que refletir e assumir os nossos compromissos para alterar esta situação, muito embora os nossos Sindicatos continuem garantindo os direitos com as nossas Convenções Coletivas de Trabalho, como uma forma de enfrentar todas estas adversidades Jurídicas que tem favorecido as Empresas e os Sindicatos Patronais, que a todo tempo nos ameaça, com a retirada e a redução de nossos direitos Convencionais conquistados durante longos anos de lutas exercidos por nossos nossos Sindicatos em benefício de nossos Trabalhadores Gráficos;
Temos também que considerar ainda, que muitos companheiros combativos não estão mais em nossa Categoria Profissional, e que os novos Companheiros Gráficos, tem que entenderem que tudo o que foi conquistado, foi realizado com muito sacrifício e de lutas através de Ações Sindicais e de muitas Greves, e desta forma não podemos permitir, que estes direitos sejam perdidos pela ausência de nossos trabalhadores, como também é importante ressaltar o afastamento de muitos de nossos Sindicatos que estão também distantes de uma Ação Sindical constantes nas portas das empresas;
Finalmente vamos aproveitar este momento de comemorarmos os direitos conquistados por nosso Companheiros nas Greves de 1923, que garantiram para que nós nos dias de hoje possamos estar legalmente representando a nossa Categoria Profissional Gráfica, mas que é necessário refletir sobre qual o papel que estamos exercendo e como poderemos melhor representar para trazer de volta juntos aos nossos Sindicatos, os nossos Companheiros e Companheiras Gráficas, como também temos refletir e trabalhar através de nossas Federações e Sindicatos, de pressionar o nosso Governo, os Senadores e Deputados Federais , que são eleitos com os votos de nossos Trabalhadores, para que os nossos direitos sejam novamente restabelecidos, e que nos últimos anos foram sendo flexibilizados em nossas Convenções Coletivas de Trabalho;
Esta é nossa reflexão que apresentamos neste momento, e que só através da manutenção e das práticas do legado de 1923, é que poderemos reagir para restaurar e dar continuidade na nossa Representação Sindical e continuar garantindo os direitos de nossas Convenções Coletivas de Trabalho, em parceria com a nossa querida e atuante Categoria Profissional Gráfica;
Este deve ser o nosso compromisso de reassumir estes desafios a partir deste Dia 7 de Fevereiro de 2024;
Parabéns a todos os Companheiros e Companheiras Gráficas neste Dia 7 de Fevereiro, Dia Nacional dos Trabalhadores Gráficos e desta forma que a luta deve continuar até porque sempre e unidos seremos muito mais fortes – Leonardo Del Roy – Presidente da Conatig
Fonte: CONATIG